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Piores casos de hiperinflação

Os 6 piores casos de hiperinflação da história (explicado)

Última atualização em setembro 13, 2023

A hiperinflação é um aumento rápido e descontrolado de 50% ou mais nos preços de bens e serviços durante um período específico.

Houve vários casos de hiperinflação em diferentes países ao longo da história. Resultaram numa erosão do valor das moedas e em instabilidades económicas.

Neste artigo, exploraremos os perigos da hiperinflação em 6 países: Venezuela, Hungria, Grécia, Zimbabué, Jugoslávia e Alemanha.

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1. Hungria: agosto de 1945 a julho de 1946

A hiperinflação na Hungria foi causada quando os decisores políticos tentaram colocar a economia de volta nos trilhos após a guerra.

A grande depressão atingiu gravemente o sector agrícola e a dívida colossal do país fez com que o banco central desvalorizasse a moeda para cobrir os custos.

A economia estava em péssimas condições quando a Segunda Guerra Mundial se desenrolou. O banco central imprimia dinheiro para satisfazer as necessidades orçamentais do governo sem qualquer restrição.

O pior caso de hiperinflação ocorreu no primeiro semestre de 1946.

Em meados do ano, a nota de maior valor era o pengo de 100.000.000.000.000.000.000 (cem quintilhões).

A taxa de inflação diária foi de 207% e os preços dobraram a cada 15,6 horas, totalizando uma taxa de inflação mensal de 13,6 quatrilhões por cento.

Naquela época, estimava-se que o pengo da Hungria valia um décimo de um centavo dos EUA.

O governo decidiu canalizar dinheiro novo para a economia através de atividades empresariais no setor bancário. A capacidade industrial do país foi restaurada.

Em agosto de 1946, o pengo foi substituído pelo forint e a estabilidade de preços voltou.

2. Zimbabwe, novembro de 2008

Causada por más políticas, instabilidades econômicas e impressão excessiva de dinheiro, a hiperinflação no Zimbabué derrubou o valor da moeda local.

Os graves desafios econômicos fizeram com que o governo começasse a imprimir dinheiro, levando a uma oferta monetária excessiva.

Os preços dispararam 79,6 mil milhões por cento em Novembro de 2008. O governo chegou a decretar que a inflação era ilegal e prendeu os dirigentes das empresas que aumentavam os custos dos seus bens e serviços.

Mesmo assim, os preços dobraram a cada dia. A taxa de inflação diária foi de cerca de 98%.

A hiperinflação terminou com a intervenção do Banco Central do Zimbabué, que atrelou a moeda ao dólar americano.

3. Iugoslávia, abril de 1992 a janeiro de 1994

Vários factores, como a má gestão econômica, a instabilidade política e os conflitos regionais, causaram a hiperinflação na Jugoslávia.

Os preços saltaram 313 milhões por cento ao mês, enquanto a taxa de inflação diária foi de 64,6%. Isto levou à perda de confiança no dinar, a moeda nacional.

Como resultado, as empresas deixaram de aceitar a moeda e o marco alemão alemão tornou-se a moeda em que as pessoas confiavam. Eles reavaliaram a sua moeda 5 vezes diferentes durante a hiperinflação.

4. Alemanha, outubro de 1923

Causada pelas reparações de guerra e pelo endividamento excessivo, a hiperinflação da Alemanha foi uma das piores da história. Os preços aumentaram 29.500% em outubro de 1923.

Em novembro de 1923, a taxa de câmbio era de 238 milhões de marcos de papel por 1 dólar americano. Este período foi caracterizado pelo termo “Choque Zero” devido ao incontável número de zeros observados nas transações de bens básicos.

Pontos turísticos famosos dessa época incluem um carrinho de mão com dinheiro usado para comprar pão e usar dinheiro como papel de parede.

5. Grécia, outubro de 1944

O incidente de hiperinflação na Grécia foi causado em grande parte pela dívida da Segunda Guerra Mundial. Os preços dos bens e serviços duplicaram a cada 4,3 dias. Eles aumentaram surpreendentes 13,800% em outubro de 1944 e 1,600% em novembro.

O valor do dracma despencou e a maior nota na Grécia já não era a nota de 50.000 dracmas, mas sim a de 100 bilhões.

6. Venezuela, 2017 – 2022

A hiperinflação na Venezuela foi causada pela impressão excessiva de dinheiro pelo governo, numa tentativa de cumprir os títulos quando o preço do petróleo caiu.

Isto ocorreu sob a administração do presidente Nicolás Maduro.

A taxa de inflação passou de 121,74% em 2015 para 254% em 2016, antes de ultrapassar os 1.000% em 2017 e continuar a aumentar ainda mais.

A hiperinflação na Venezuela levou a graves riscos econômicos e aumentou enormemente a taxa de pobreza no país.

Porém, em 2022, o país superou o problema.

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Conclusão: os piores casos de hiperinflação mostram os perigos da má gestão macroeconômica

Os casos de hiperinflação nos países acima mencionados constituem uma lição valiosa para os decisores políticos terem cuidado na elaboração de estratégias macroeconômicas.

Destacam também a importância de se envolver numa governação mais eficaz e implementar políticas que ajudem a evitar os perigos da má gestão económica.