Última atualização em abril 2, 2024
O mercado futuro está entre os mercados financeiros mais vibrantes, atraindo o interesse tanto de investidores de varejo quanto institucionais. Hoje, os participantes do mercado usam contratos futuros para diversos fins, incluindo especulação e proteção para as suas carteiras. No entanto, traders e investidores precisam saber o que é um contrato futuro e estar cientes de todas as suas especificidades para operá-los com sucesso. Este guia explora como os contratos futuros funcionam e o que você deve saber ao se envolver no trading de futuros. Ele também traz alguns dados da história do mercado e fecha com alguns fatos divertidos sobre contratos futuros.
O que é um contrato futuro?
Um contrato futuro é um acordo legal que dá ao proprietário o direito e a obrigação de comprar ou vender um ativo subjacente por um preço pré-determinado em uma data específica. Isso fornece ao comprador e ao vendedor uma garantia de que eles podem garantir uma operação com antecedência e se proteger da incerteza.
Por que alguém precisaria disso? Aqui está um exemplo. Digamos que John é um produtor de trigo. A cada safra ele precisa encontrar compradores para sua produção após a colheita. Do outro lado, temos o Mike – ele é dono de uma padaria. Seu objetivo é evitar interrupções no fornecimento, garantindo suas futuras entregas antes do tempo. Usando um contrato futuro, John e Mike podem garantir uma negociação futura de uma certa quantidade da mercadoria por uma determinada quantia e em uma data pré-determinada.
Isso traz aos dois lados a tranquilidade de que eles terão o que querem e quando quiserem. O agricultor garante um preço estável e uma garantia de que venderá sua produção. Por outro lado, o comprador garante sua entrega e planeja seus custos de negócios com antecedência, garantindo uma proteção eficiente contra possíveis variações futuras de preços.
Hoje, os contratos futuros são populares entre vários participantes do mercado, incluindo empresas, organizações, investidores institucionais e de varejo. As empresas das indústrias de aviação e transporte, por exemplo, podem comprar futuros de petróleo para garantir um preço fixo com antecedência e evitar possíveis volatilidades no futuro. Por outro lado, os investidores de varejo usam contratos futuros principalmente para especulação, pois raramente têm uma intenção genuína de adquirir o ativo subjacente.
Como os contratos futuros funcionam?
Os contratos futuros podem ser negociados em bolsas regulamentadas e no balcão (ou OTC, sigla em inglês para over-the-counter).
Os contratos futuros negociados na bolsa são padronizados. Isso significa que suas características são pré-definidas. Com base no ativo subjacente, a padronização pode especificar detalhes como qualidade, quantidade, tempo de entrega e muito mais.
Cada bolsa pode ter sua própria metodologia de padronização. A ideia da padronização de futuros é garantir que as especificações dos contratos sejam idênticas para todas as contrapartes. Dessa forma, o comprador e o vendedor podem facilmente transferir a propriedade do contrato, se necessário.
Por outro lado, as contrapartes que operam contratos futuros no balcão podem personalizar seus termos.
Também vale a pena notar que os contratos futuros podem ser alavancados. Porém, o comprador não é obrigado a pagar o valor total antecipadamente. Em vez disso, ele paga uma porcentagem do valor total dos ativos no contrato futuro, que é chamado de margem inicial.
Aqui está um exemplo – digamos que o preço atual dos futuros do WTI é de US$80. O valor atual total do contrato é igual ao seu tamanho (1.000 barris) multiplicado pelo preço atual (US$80) ou US$80.000. A margem inicial serve como depósito para que o comprador não precise pagar todo o valor antecipadamente e geralmente não fica acima de 10% – 12% do valor nocional ou em dinheiro do contrato.
Uma transação futura pode envolver várias partes. Além do comprador e do vendedor, estes também incluem a bolsa que lista o contrato de operação, a corretora que facilita a operação, uma câmara de compensação, etc.
Como os contratos futuros mitigam os riscos de contraparte?
Os mercados futuros são regulados pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC), uma agência federal criada em 1974 para garantir preços justos no mercado futuro. A autoridade de fiscalização fica de olho no mercado para evitar práticas de trading abusivas e fraudes. Também regula as bolsas que facilitam a operação de futuros para garantir a integridade da atividade comercial.
As bolsas estabelecem princípios e requisitos de padronização que unificam e sistematizam como seus produtos são oferecidos ao mercado. Isso ajuda a garantir que cada oferta de produto seja consistente com outros itens equivalentes da mesma classe. Também garante que o contrato de derivativos sempre tenha as mesmas características, não importa se você compra hoje ou daqui a um mês.
Graças a isso, os investidores podem desfrutar de maior liquidez, eficiência de execução comercial e clareza na execução de transações para que cada contraparte saiba o que esperar de uma operação.
Esta regulamentação rígida em todos os lados garante que os mercados futuros sejam justos, transparentes e resilientes.
Em contraste, os mercados de derivativos não regulamentados para instrumentos exóticos provaram ser um ambiente hostil para seus emissores, traders e o sistema financeiro global. Por exemplo, as atividades duvidosas que ocorreram em todo o mercado de CDSs e CDOs desencadearam a Crise Financeira Global de 2008. A falta de uma regulamentação rigorosa provou que mesmo um único descumprimento poderia ser desastroso para todo o mercado.
Exemplos de Contratos Futuros
Vejamos um exemplo de contrato futuro para examinarmos suas especificidades e características.
Futuros de Trigo SRW de Chicago – Especificações do contrato
Unidade de contrato | 5,000 alqueires (~136 toneladas métricas) |
Quotação do preço | centavos americanos por alqueire |
Horário de operação | CME Globex: Domingo a sexta-feira: 19:00h – 07:45h (CT) e Segunda a sexta-feira: 8:30h – 13:20h (CT) TAS: Domingo a sexta-feira 19:00h – 7:45h e Segunda a sexta-feira 8:30h – 13:15h (CT) CME ClearPort: Domingo 17:00h – Sexta-feira 17:45h (CT) sem relatório Segunda a quinta-feira das 17:45h – 18:00h (CT) |
Flutuação mínima de preço | 1/4 de centavo (0.0025) por alqueire = US$12.50 |
Código do produto | CME Globex: ZWCME ClearPort: WClearing: WTAS: ZWT |
Contratos listados | 15 contratos mensais de março, maio, julho, setembro, dezembro listados anualmente após o término da operação no contrato de julho do ano corrente. |
Forma de liquidação | Entregável |
Término da operação | A operação encerra no dia útil anterior ao dia 15 do mês de contrato |
Grau e qualidade | #2 SRW a preço do contrato, #1 SRW a um prêmio de 3 centavos, outros graus entregáveis listados na Regra 14104 |
Última data de entrega | Segundo dia útil após o último dia de trading do mês de entrega. |
*As especificações completas podem ser encontradas no CME.
Aqui estão os significados dessas especificações:
- Unidade de contrato – especifica quantos e que tipo de unidades um único contrato futuro cobre. Neste caso, cada contrato futuro de trigo abrange uma quantidade de 5.000 alqueires;
- Cotação de creços – especifica como o preço do contrato futuro é formado. Neste caso, estima-se por alqueire;
- Horário de operação – os dias e horários exatos que você pode operar o contrato específico nos diferentes mercados;
- A Flutuação mínima do preço – indica o menor movimento de preço possível ao operar um determinado contrato (um tick) – neste caso, US$12,50;
- Código do produto – os códigos sob os quais você pode encontrar o instrumento nos diferentes locais operados pela CME;
- Contratos listados – especifica os detalhes de duração e vencimento dos contratos futuros oferecidos na bolsa;
- Método de liquidação – esclarece se há ou não entrega física do ativo subjacente no vencimento;
- Término de operação – indica quando a atividade de negociação para o contrato atual encerra;
- Grau e qualidade – especifica a qualidade dos ativos físicos de commodities.
Por quanto tempo você pode manter um contrato futuro?
Embora a maioria das especificidades dos contratos futuros sejam bastante autoexplicativas, muitas pessoas lutam para entender os detalhes do vencimento. Vamos ver mais detalhes sobre isso.
Os contratos futuros têm data de vencimento. Esta é a data em que o acordo precisa ser liquidado de uma forma ou de outra.
No entanto, a data de vencimento não significa que você não pode manter o contrato por mais tempo. Você também pode tomar uma posição de compensação ou empurrar o contrato para uma data futura. Essas opções permitem que você amplie o vencimento do contrato fechando o contrato inicial e abrindo um novo contrato com prazo maior. Precisa ser para o mesmo ativo subjacente ao preço de mercado atual.
Então, em poucas palavras, você pode manter um contrato futuro o tempo que quiser se souber como fazer isso.
Você pode saber mais sobre as diferentes opções de vencimento em nosso artigo sobre esse tema: “O que acontece se você segurar um contrato futuro até o vencimento? “
O que acontece quando um contrato futuro expira?
Todos os contratos futuros vencem. Como um trader de futuros, você deve saber o que fazer quando a data de vencimento se aproxima, já que isso influencia o resultado de suas operações e estratégia de saída.
No vencimento, o contrato futuro precisa ser liquidado. Há duas maneiras de fazer isso: liquidação em dinheiro ou entrega física. Contratos baseados em commodities como petróleo, trigo, milho, madeira podem ser liquidados através da entrega para um local físico. Em contrapartida, os contratos em índices ou moedas possuem liquidação somente em dinheiro. No entanto, na maioria dos casos, a entrega é liquidada em dinheiro, não importa o ativo subjacente. Em casos raros, a entrega física pode acontecer.
A liquidação é conduzida e monitorada pela bolsa e sua câmara de liquidação. Em casos de liquidação financeira, a bolsa ajusta o saldo da conta do trader para refletir ganhos ou perdas realizados. Se o acordo for físico, a bolsa obriga a produção e a entrega da mercadoria particular da parte responsável conforme os termos do contrato original.
Como operar contratos futuros?
O mercado futuro é centralizado. A atividade de trading acontece em um local físico ou em uma bolsa, como o CME, por exemplo.
Existem duas maneiras principais de operar contratos futuros como um trader de varejo. A primeira é operando em uma bolsa através de uma corretora. Dessa forma, você será capaz de configurar uma conta e começar a operar relativamente rápido. No entanto, tenha em mente que operar sozinho através de uma corretora é a maneira mais arriscada e complicada. Você está mergulhando em “águas profundas” que é o mercado futuro, e se você não possui experiência, estará arriscando seu capital. Além disso, a maioria das corretoras tem um requisito mínimo de capital e pode cobrar taxas pesadas. Por último, mas não menos importante, você precisará de uma conta de margem para ser elegível para operar contratos futuros.
A outra maneira é através de um programa de patrocinio para traders como o Plano de Carreira Trader®. Por uma pequena taxa mensal, você pode fazer parte de um programa de treinamento guiado aprofundado com muitas vantagens. Além disso, você pode completar o programa no seu próprio ritmo e em apenas 10 dias. Após ser aprovado na avaliação, você receberá uma oferta para ser tornar um trader patrocinado. A conclusão bem-sucedida do Plano de Carreira Trader® abrirá caminho para uma carreira profissional no trading de futuros junto a uma mesa proprietária. Dessa forma, você poderá operar futuros sem gastar seu dinheiro enquanto recebe 80% dos lucros para si mesmo – risco zero, grandes retornos!
Você pode saber mais sobre como operar futuros em nosso artigo sobre o tema.
Por que operar futuros?
O mercado futuro é um dos mercados mais saudáveis do mundo. É altamente transparente e oferece liquidez garantida. Permite que investidores de varejo e institucionais operem vários ativos, incluindo ações de commodities, títulos, índices, moedas, imóveis e muito mais.
Os mercados futuros podem atendê-lo bem para diferentes objetivos. Você pode operar futuros para especular, hedge ou garantir a entrega física de mercadorias de interesse.
Além disso, o trading de futuros é altamente regulamentado, tornando-o um mercado estável com atividade predatória mínima. A padronização dos contratos futuros nas bolsas ajuda a trazer transparência e clareza ao processo de operação.
Os contratos futuros também são muito mais simples e menos arriscados do que outros derivativos, como opções, contratos a termo, instrumentos sintéticos e outros. Confira nossa comparação de contratos futuros e opções para descobrir as diferenças entre as duas classes de ativos e por que a primeira é uma escolha melhor para iniciantes.
Conheça também os principais Índices Futuros e saiba quais são as vantagens que esse tipo de operação oferece!
Quem opera contratos futuros?
Os contratos futuros são usados principalmente por hedgers e especuladores. Os primeiros se envolvem no trading de futuros para compensar as perdas de movimentos de mercado indo contra suas posições. Por exemplo, muitos investidores institucionais que usam o trading de futuros para fins de hedge geralmente usam ou produzem o ativo subjacente (por exemplo, companhias aéreas e combustível; agricultores de milho e milho, etc.).
A maioria dos participantes do mercado usa contratos futuros para especulação. Eles compram e vendem contratos futuros para capitalizar seus movimentos de preços de curto prazo. Por exemplo, se um trader compra um contrato futuro e o preço do ativo subjacente começa a ser operado acima do preço original do contrato no vencimento, eles têm um lucro. Por outro lado, se o preço cair abaixo do preço de compra especificado no contrato futuro, após o vencimento, o trader estará do lado perdedor da operação. E vice-versa se você é um vendedor de curto prazo.
Os especuladores muitas vezes operam na margem para ampliar seu poder aquisitivo. No entanto, operar na margem é altamente arriscado, especialmente se você é iniciante.
Aproveite e entenda também a diferença entre contrato a termo e futuro!
Fatos curiosos sobre contratos futuros
Quem disse que contratos futuros não são interessantes? Aqui estão alguns fatos curiosos que você provavelmente nunca ouviu falar:
- O CME era originalmente chamado de Chicago Butter and Egg Board (Câmara de Manteiga e Ovos de Chicago, em inglês)– naquela época, sempre foi conhecido como uma bolsa agrícola e pecuária que comercializava principalmente ovos, gado, barriga de porco e manteiga;
- Suíno Magro era inicialmente chamado de “Suíno Vivo” – o nome dos futuros que acompanham a indústria suína foi alterado para soar mais atraente;
- O edifício do CBOT foi o primeiro arranha-céu de Chicago – construído em 1885; também se tornou o primeiro edifício comercial a usar iluminação elétrica;
- A estátua de Ceres, a deusa dos grãos, no topo do edifício do CBOT não tem rosto – a razão é que, na época, os construtores não achavam que outros edifícios chegariam altos o suficiente para vê-la de perto;
- O CBOT já foi conhecido por ter a maior concentração de milionários por metro quadrado do mundo – isso é notável considerando o imenso espaço físico que costumava conter milhares de traders;
- O primeiro contrato do CBOT foi de 3.000 alqueires de milho – foi negociado em 13 de março de 1851, e especificou que 3.000 alqueires de milho tinham que ser entregues em Chicago em junho. O preço estava um centavo abaixo do preço de mercado à vista no dia 13 de março;
- Na época em que teve a ideia de um contrato de futuros financeiros, Leo Melamed era relativamente jovem e se preocupava que sua ideia fosse rejeitada – pediu a Milton Friedman, economista ganhador do Prêmio Nobel, para ajudá-lo a apresentar a ideia e garantir a aprovação do conselho de administração do CME.
A origem de contratos futuros
Por volta de 1750 a.C., a antiga Mesopotâmia (atual Iraque) estava sob o domínio do sexto rei babilônico, Hammurabi. Nos livros de história, ele é conhecido por inventar o famoso Código de Hammurabi – um dos primeiros códigos de leis escritos do mundo. O código é famoso por seus axiomas “olho por olho” e “dente por dente“.
No entanto, sua 48ª lei também ajudou a moldar a versão moderna dos contratos derivativos (incluindo futuros). Ele determinou a entrega futura de bens e ativos por um preço pré-acordado. As regras de cada negociação foram anotadas em um contrato.
Na época, isso tornou a negociação de mercadorias muito transparente e direta, abrindo caminho para um mercado de derivativos agitado. Antigos mesopotâmianos se reuniam em templos para negociar contratos futuros e a termo.
Saiba mais sobre o Código de Hammurabi e como ele moldou os mercados modernos de derivativos aqui.
A história dos mercados futuros
De uma forma ou de outra, os mercados futuros existem há séculos.
Os mercados futuros de commodities orientais surgiram pela primeira vez na Inglaterra durante o século XVI. No entanto, a primeira bolsa de futuros organizada moderna começou a operar em 1730 na Dojima Rice Exchange em Osaka, Japão. Nos Estados Unidos, a primeira bolsa oficial de trading de commodities, a Chicago Board of Trade (CBOT), foi formada em 1848. A primeira bolsa oficial de trading de commodities na Inglaterra, a London Metals and Market Exchange, foi estabelecida em 1877.
O comum entre todas essas bolsas é que elas nasceram da necessidade de agricultores e produtores de commodities encontrarem compradores para seus produtos e vice-versa. Devido a isso, historicamente, as bolsas de futuros sempre apareceram em locais geograficamente importantes, como grandes cidades e centros de transporte com comércio bem desenvolvido e concentração maciça de pessoas.