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Margin in the 21st Century

Margem no século 21 e o novo papel das corretoras

Última atualização em dezembro 21, 2020

Historicamente, a aplicação de margem é uma das fontes de renda mais tradicionais para os mercados de capitais. Quando as corretoras compram um ativo, elas o vendem por um preço maior em seguida – essa diferença de preço é a margem.

A margem, em sua forma tradicional, era simples: o cliente instruía a corretora por telefone; esta, por sua vez, coordenava com o banco ou o provedor de serviços de investimento; por fim, a corretora adicionava sua própria margem ao reportar o preço de volta para o cliente. Assim que os mercados passaram a ser basicamente eletrônicos, os traders passaram a seguir os preços por meio das suas próprioas plataformas, o que pode ser feito a qualquer momento. Como consequência, a aplicação de margem ficou em segundo plano.

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No entanto, essa atividade não desapareceu completamente; na verdade, houve uma mudança no processo. As pessoas não operam mais pelo telefone na era dos mercados modernos. Agora os traders abrem suas posições por conta própria em seus próprios sistemas. Por sua vez, as corretoras tiveram que buscar uma forma de automatizar a aplicação da margem, o que deu origem a um novo sistema, cujo foco está na velocidade da operação.

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Margem e sistemas de trading de alta frequência

A maioria dos sistemas de trading mostra os preços oscilando em períodos de 0,5 a 1 segundo. O tamanho e o intervalo dessas mudanças nos mercados são, na verdade, muito menores – principalmente no caso das moedas –, sendo até difícil de exibir essa variação. Além disso, enquanto os pares de moedas eram calculados até a quarta casa decimal, hoje os valores podem ir até a quinta ou sexta casa decimal. Isso se deve ao volume de negociação mais elevado e ao aumento na sofisticação dos sistemas de trading, impactando principalmente as negociações entre bancos e corretoras. Esses sistemas são capazes de localizar os servidores mais próximos das câmaras de compensação com o objetivo de diminuir a velocidade de execução, mesmo que seja um ganho de apenas alguns microssegundos.

Um segundo equivale a um milhão de microssegundos. O tempo de execução dos sistemas mais rápido é de aproximadamente 0,0025 segundo – ou 2.500 microssegundos. Na prática, isso significa que, quando um trader abre uma ordem para comprar US$100.000 de USDJPY a 109,73, o sistema só será atualizado um segundo depois. O sistema de execução, por outro lado, registra 109.7255 e possui 0,9975 segundos para determinar o preço que o trader receberá.

Como o sistema funciona na prática

Para ter uma ideia melhor da diferença em magnitude, imagine uma tarefa hipotética que poderia ser concluída em um dia. Nesse caso, o sistema possui 399 dias para cumprir sua obrigação com o trader, o que significa que ele pode decidir se comprará imediatamente ou se esperará por um preço melhor. Com base no exemplo anterior, a maioria dos sistemas optaria por comprar a 109,7255 e, em seguida, venderia ao trader por 109,73. É assim que o sistema aplica a margem para o trader. Embora 0,0045 ou 450 ienes (4 dólares) não pareça muito, o mercado monetário possui um volume diário de aproximadamente US$5,3 trilhões. Aplicar uma margem de apenas 0,00002 ponto nessa quantia resultaria em um lucro de US$106 milhões, livre de riscos.

Esse nível de ganho mais que justifica os custos de desenvolver um sistema que o facilite. Vale observar que, embora esse sistema pareça ter sido feito para lucrar às custas do usuário, ele causa muito menos impacto no trader do que pode parecer. Em primeiro lugar, não é algo que necessariamente influencia as decisões de traders autônomos, pois eles já estão lidando com spreads, comissões e outros custos que demandam muito mais atenção. Na verdade, isso acaba virando um cabo de guerra entre os bancos e as corretoras. Naturalmente, sistemas mais rápidos geram mais lucro, gerando uma disputa entre ambos os lados, já que este é o ponto com maior potencial de lucro.

A incrível expansão em tamanho e extensão do trading levou ao surgimento dos sistemas de Trading de Alta Frequência. Esses sistemas HFT são responsáveis pela maior parte do volume do mercado, causando muita polêmica entre os traders – mas este é um assunto para outra hora.