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Portfolio Diversification

Diversificação de Portfólio – O que é e como reduzir o risco financeiro?

Última atualização em abril 14, 2021

A diversificação de portfólio é um conceito fundamental para planejadores financeiros, gestores de fundos e investidores individuais. A diversificação de portfólio é uma estratégia de gestão de risco que combina diferentes ativos para reduzir o risco geral da carteira de investimentos. Essa prática pode ajudar a minimizar o risco e a volatilidade ao espalhar as oscilações de preço em várias direções por meio de diferentes ativos. A correlação é uma variável essencial na diversificação de portfólio. Encontrar ativos com uma correlação relativamente baixa com ações e títulos é algo crucial para os gestores de portfólio e planejadores financeiros. No entanto, isso não garante lucro nem impede que haja perdas.

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Usando o coeficiente de correlação para diversificação de portfólio

O coeficiente de correlação é uma medida de quão próximo duas séries de dados estão relacionadas. Ele mede a direção e a extensão da associação linear entre duas variáveis. Uma associação linear positiva entre duas variáveis ocorre quando o coeficiente de correlação é maior que 0; já uma associação linear negativa entre duas variáveis ocorre quando o coeficiente de correlação é menor que 0. O coeficiente pode variar entre 1 e -1. O investimento financeiro pode ter uma correlação alta, baixa ou neutra.

Investir em ativos com pouca ou nenhuma correlação ajuda a construir uma carteira de investimentos diversificada. No entanto, correlação não equivale a causalidade. Se A for positivamente correlacionado com B, isso pode significar que A explica B, que B explica A, ou ainda pode haver uma correlação falsa. Nesse último caso, é preciso realizar uma análise mais aprofundada.

A correlação de investimentos pode oscilar ao longo de períodos de curto ou longo prazo. É importante entender a correlação dos investimentos de um portfólio quanto à volatilidade. Em um período de alta volatilidade do mercado, como uma desaceleração econômica, as correlações podem evoluir para um coeficiente positivo. Os investimentos podem seguir essa tendência por meio de uma desaceleração.

How to Use Portfolio Diversification to Reduce Financial Risk

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Qual é o objetivo da diversificação de portfólio?

O objetivo da diversificação de portfólio é gerenciar o risco da sua carteira. Uma carteira bem diversificada terá uma volatilidade reduzida, pois nem todos os investimentos se movem juntos. Portanto, manter uma variedade de ativos de baixa ou nenhuma correlação pode reduzir o risco não sistemático. 

Uma estratégia de investimento que mantém investimentos em classes de ativos, como ações, renda fixa, commodities, além de investimentos alternativos como contratos futuros e a termo, tem menos probabilidade de sofrer grandes perdas em comparação com um portfólio não diversificado. Você também pode diversificar dentro de cada classe de ativo, entre regiões geográficas, moedas e período.

Por que você deve diversificar seu portfólio?

Portfólios diversificados podem ter menor exposição ao risco, o que pode melhorar a estabilidade e o potencial de ganhos. Para construir um portfólio diversificado, é preciso entender claramente seus objetivos de investimento e sua tolerância ao risco. Se você investe com a intenção de acumular riqueza para sua aposentadoria, seu objetivo de risco ao longo de um dado período de tempo pode ser diferente daquele de alguém que investe para ganhos de curto prazo no mercado. A seguir, apresentaremos os principais conceitos de por que a diversificação de portfólio pode ser interessante ao construir seu portfólio de investimentos.

Gestão de risco

A redução de risco é um princípio fundamental da diversificação de portfólio, e diferentes tipos de riscos terão impacto na construção do seu portfólio e na capacidade de geração de riqueza. 

O risco não sistemático, também conhecido como risco diversificável, está relacionado a uma classe de ativos específica ou uma subclasse de ativos. Esses riscos podem incluir riscos específicos da empresa, riscos do setor ou riscos dentro de um sistema financeiro. Para reduzir o risco de prejuízo a partir do risco não sistemático, a estratégia de construção do portfólio de um investidor deve envolver a escolha de investimentos que não compartilham os mesmos riscos não sistemáticos. Isso pode limitar as perdas de uma determinada empresa, classe de ativos, região ou setor e, ao mesmo tempo, pode aumentar o potencial de ganhos de um portfólio, aumentando a eficiência do portfólio.

Os riscos sistemáticos afetam o mercado como um todo, e tais riscos podem incluir variações nas taxas de juros e na inflação. É difícil prever recessões econômicas ou inflação, mas manter um portfólio diversificado no longo prazo pode reduzir as perdas caso algum desses eventos ocorra. O Índice Beta pode ajudar a medir o grau de risco sistemático de um investimento; ele mede o risco sistemático de um investimento ou portfólio em relação ao mercado como um todo. Diversificar os investimentos com betas mais baixos pode ajudar a reduzir algum tipo de risco sistemático.

Portfólio com maior retorno e menor risco

Um portfólio diversificado tende a ser mais estável. Um portfólio de investimentos estável, por sua vez, pode gerar retornos melhores. Devemos observar que a diversificação de portfólio não elimina o risco, mas pode gerar um retorno melhor – comparado ao risco – se a estratégia for bem estruturada. A diversificação geralmente mostra seu valor no longo prazo.

Como diversificar seu portfólio?

Os investidores geralmente já possuem alguma diversificação em suas carteiras, desde a alocação de ativos básicos até a gestão de caixa. No entanto, a escolha da alocação de ativos é a chave para construir um portfólio eficiente que corresponda à tolerância de risco do investidor. O primeiro passo do trader é determinar seu objetivo, apetite por risco e qualquer outro tipo de restrição. A seguir, veremos algumas abordagens de alocação de ativos com o objetivo de alcançar uma boa diversificação.

Teoria Moderna do Portfólio de Markowitz

A teoria moderna do portfólio foi introduzida por Harry Markowitz em 1952 e é uma das estratégias de diversificação de portfólio mais famosas até hoje. A ideia básica da teoria é estruturar seu portfólio de investimentos para maximizar o retorno em um determinado nível da curva de risco da fronteira eficiente. Isso também é conhecido como modelo média-variância (MVO, na sigla em inglês), que foi desenvolvido por Markowitz.

Teoria Moderna do Portfólio de Markowitz
Fonte: Investopedia

Todos os portfólios que ficam abaixo da curva da fronteira eficiente devem ser descartados, já que assumem um risco maior pelo mesmo nível de retorno. De acordo com Markowitz, um portfólio eficiente deve seguir a linha da curva de eficiência, que representa todos os portfólios eficientes.

Alocação de ativos de acordo com a Teoria Moderna do Portfólio de Markowitz

Markowitz identificou que adicionar ativos a uma carteira com pouca ou nenhuma correlação reduz o risco em um nível maior que o risco médio ponderado dos próprios ativos, sendo medido pelo desvio-padrão. Portanto, a otimização da média-variância é um modelo para determinar a combinação certa de ativos para obter um retorno desejável em um portfólio, dado um nível de risco. A otimização da média-variância é amplamente utilizada e permite que o investidor identifique portfólios com a melhor relação entre risco e retorno – o Índice de Sharpe. Portanto, essa abordagem de alocação de ativos pode resultar na diversificação ideal de um portfólio. 

Outras abordagens de alocação de ativos como meio de diversificação

A regra do “120 menos sua idade”

Essa regra é uma abordagem heurística de alocação de ativos que leva diretamente à divisão entre patrimônio com base na idade e renda fixa.

120 anos – sua idade = porcentagem de alocação de ações

Isso resulta em uma diminuição da exposição do patrimônio à medida que os investidores envelhecem.

Alocação de portfólio com 60/40 de ações e títulos

Esta é uma abordagem simples de alocação de ativos que ignora os detalhes das técnicas de otimização. A ideia básica dessa abordagem é que quando as ações caíam, os rendimentos de renda fixa aumentavam, oferecendo a possibilidade de limitar as perdas em um portfólio. 

O modelo de dotação

É uma abordagem de alocação de ativos com ênfase na grande alocação para investimentos alternativos, como imóveis. Ao manter investimentos alternativos, o coeficiente de correlação com outros ativos diminui, portanto melhora a diversificação do portfólio e aumenta o potencial de retorno. 

A regra 1/N

É uma das heurísticas de alocação de ativos mais simples, envolvendo uma alocação de ativos igualmente ponderada. Essa abordagem é um exemplo da chamada diversificação ingênua. Não é um modelo computacionalmente exigente, sendo simples de implementar.

Quais ativos você pode usar para diversificar?

A construção do portfólio pode ter diferentes classes de ativos como meio de diversificação. Uma classe de ativos é um grupo de títulos que compartilham características e comportamento semelhantes. Há diversas classes de ativos que podem ser divididos em subclasses. Em geral, uma carteira com uma combinação mais ampla de classes de ativos terá uma diversificação mais ampla. As principais classes de ativos incluem:

Ações 

As ações representam uma das classes de ativos mais arriscadas e possibilitam um crescimento maior no longo prazo. No entanto, no curto prazo as ações apresentam maior risco devido às oscilações do mercado. As ações de um portfólio fornecem diversificação quando combinadas com outros ativos. Além disso, os preços das ações aumentam, proporcionando uma valorização do capital, o que gera receitas na forma de dividendos e serve como proteção contra a inflação.

Renda fixa

Em todo o mundo, a renda fixa representa uma das maiores classes de ativos nos mercados financeiros. Os investimentos de renda fixa fornecem diversificação do portfólio, pagamentos de juros regulares e proteção contra a inflação. A diversificação tende a gerar rendimentos mais estáveis nos portfólios financeiros, o que é ainda mais acentuado em um portfólio de renda fixa. Nesse caso, os rendimentos são normalmente mais baixos devido à baixa correlação entre essas duas classes de ativos.

Caixa e equivalentes de caixa

Isso inclui fundos do mercado monetário e investimentos de curto prazo, como depósitos a prazo em uma conta bancária. Os fundos do mercado monetário são ativos de baixo retorno que podem ser liquidados rapidamente para obter dinheiro. Devido ao risco relativamente menor dos fundos do mercado monetário e dos depósitos a prazo, seus retornos são baixos. 

Investimentos alternativos

Os investimentos alternativos têm características de risco e retorno variáveis e que diferem dos investimentos tradicionais em ações e títulos. Exemplos de investimentos alternativos podem incluir contratos futuros e a termo, private equity, hedge funds, imóveis, commodities e crédito privado. Muitos investidores veem esses investimentos como ativos de longo prazo, o que pode exigir um planejamento maior para o futuro. 

Desenvolvendo uma estratégia de diversificação de portfólio

Investir é um processo dinâmico que requer ajustes e modificações regulares à medida que as condições do mercado mudam. Uma estratégia e um processo de investimento adequados são essenciais para a construção de um portfólio diversificado. Para desenvolver uma estratégia de diversificação de portfólio, três etapas são importantes:

Crie um plano de investimento

Elabore um plano de investimento de acordo com suas necessidades. Definir metas, o horizonte de tempo e a tolerância ao risco são cruciais nesta etapa.

Invista de acordo com o plano

Depois de definir suas metas, a capacidade de risco e o horizonte de tempo, a próxima etapa envolve escolher uma combinação de classes de ativos que seja apropriada para atingir essas metas. Uma alocação equilibrada entre as classes de ativos deve ser alcançada para construir um portfólio diversificado. Após selecionar a combinação certa de classes de ativos, a implementação poderá então ser executada.

Gerencie o plano de investimento

O monitoramento do portfólio é uma etapa regular na gestão de portfólio. Manter uma carteira de acordo com o plano de investimento envolve:

  • Monitoramento – Avalie o desempenho do portfólio e seu risco periodicamente e faça mudanças na estratégia quando necessário. 
  • Reequilíbrio – A alocação do portfólio pode se desviar do plano de investimento devido a movimentos de preços causados pelo desempenho do mercado. Reequilibrar o portfólio pode ser necessário para manter o plano de investimento. Você pode reequilibrá-lo de forma sistemática ou discricionária, dependendo da sua estratégia de investimento.
  • Reavaliar o plano de investimento – Pelo menos uma vez por ano, ou quando suas metas financeiras e tolerância ao risco mudarem, o plano de investimento deve ser reavaliado para garantir que ele ainda atende às suas necessidades.

Principais erros na diversificação de portfólio

Ao construir uma carteira de investimentos diversificada, os investidores devem selecionar algumas das classes de ativos ideais e uma série de investimentos no portfólio, de acordo com os objetivos de investimento. Muitos investidores tendem a diversificar seu portfólio em excesso, incluindo muitos investimentos e fundos, mas isso não gera um resultado ideal. Diversificar em excesso levará à perda de retornos, o que pode exceder os ganhos com a redução do risco.

Ao adicionar investimentos de correlação baixa ou negativa em um portfólio, cada investimento reduz o risco do portfólio e reduz o retorno esperado. A quantidade ideal de investimentos na carteira deve ser suficiente para eliminar o risco não sistemático, mas é preciso investir nos melhores ativos com o maior potencial de retorno.

Outro erro possível ao diversificar o portfólio é fazer isso apenas por diversificar. É claro que a diversificação deve fazer parte da estratégia e construção do seu portfólio, mas não se deve fazer investimentos descuidados em ativos fracos. O investimento em setores ou classes de ativos de baixa qualidade não necessariamente melhorará a diversificação do portfólio.

O comportamento de manada se dá quando um investidor segue o comportamento de investimento de um grupo. Fazer isso é outro erro ao diversificar o portfólio. Tentar seguir setores ou mercados importantes pode desviar os investidores do planejamento de investimento e da estratégia do portfólio, prejudicando sua diversificação. As tendências nos mercados vêm e vão, e os investidores podem prejudicar seu portfólio ao seguir o comportamento de manada. 

Exemplos de portfólios diversificados

No período de baixa do mercado de 2008-2009, muitas carteiras de investimento perderam valor, mas as carteiras diversificadas foram capazes de evitar algumas perdas. O exemplo a seguir ilustra três portfólios e seu desempenho durante o mercado de baixa de 2008-2009.

Exemplos de portfólios diversificados
Fonte: fidelity.com

O portfólio diversificado é composto por 70% de ações, 25% de renda fixa e 5% de investimentos de curto prazo. O portfólio apenas com ações é 100% composto de ações, enquanto o portfólio apenas com dinheiro é 100% composto de dinheiro. De acordo com o gráfico acima, o portfólio diversificado teve menos perdas que o portfólio com 100% de ações em um mercado de baixa. No entanto, o portfólio diversificado também ficou atrás do portfólio com 100% de ações na recuperação que veio a seguir. Enquanto isso, ele superou o portfólio com 100% de dinheiro, absorvendo boa parte dos ganhos da alta posterior. Ao considerar todo o período entre janeiro de 2008 e fevereiro de 2014 – todo processo de queda até a recuperação –, os desempenhos do portfólio diversificado e do portfólio apenas com ações são relativamente iguais.

Uma carteira diversificada ajuda a reduzir parte das perdas enquanto mantém a exposição durante as recuperações do mercado. Portfólios diversificados se beneficiam da sua abordagem de longo prazo. Quando os investidores tentam acompanhar mercados de alta e migram para investimentos de baixo risco durante períodos de queda, eles prejudicam o desempenho do seu portfólio por mera falta de disciplina. Ter uma estratégia de investimento adequada deve ajudar os investidores a manter seus portfólios diversificados.

A diversificação de portfólio possui desvantagens?

Ter um plano de investimento sólido deve ajudar a evitar algumas armadilhas da diversificação. A seguir estão algumas desvantagens da diversificação de portfólio, mas observe que a lista não é longa:

Custo

Fazer muitos investimentos e ter diferentes veículos de investimento possuem seu custos, pois os investidores devem pagar as taxas de administração desses veículos de investimento. Taxas de administração consomem o retorno dos investimentos de um portfólio. Além disso, ainda há custos de transação adicionais associados a portfólios amplamente diversificados sempre que ocorre um reequilíbrio dos investimentos.

Complicação excessiva

Os investidores correm o risco de incluir muitos investimentos em um portfólio sem realmente compreendê-los. Manter mais de 20 fundos ou várias classes de ativos pode complicar a gestão do portfólio quando for preciso reequilibrar e reavaliar os investimentos mais apropriados. Isso pode se tornar uma tarefa difícil, a menos que o investidor seja muito bem informado e tenha acesso a informações precisas ao tomar suas decisões.

Limite de ganhos

Manter um portfólio diversificado pode impedir que os investidores obtenham ganhos elevados no curto prazo. O risco de adicionar muitos investimentos ao portfólio é que o desempenho positivo de alguns investimentos seja atenuado pelo desempenho ruim de outros investimentos. 

Considerações finais

A diversificação de portfólio nunca foi tão importante como hoje. O portfólio diversificado tradicional, com uma proporção de 60/40 de ações e títulos, passou a ser questionado por conta do declínio nos rendimentos de investimentos de longo prazo. Esses rendimentos se tornaram negativos em alguns países, e o mesmo pode ocorrer nos EUA. A prática de comprar títulos do Tesouro para minimizar o risco está em xeque, pois o nível de rendimento atual pode não ser capaz de diminuir o risco de volatilidade. À medida que os rendimentos dos EUA se aproximam de zero ou se tornam negativos, a diversificação tradicional que esses investimentos mais seguros proporcionavam no passado pode desaparecer.

Em sua reunião mais recente, em setembro de 2020, o Federal Reserve indicou que não tem planos de trazer as taxas-alvo para um território negativo, o que representa um desafio para os investidores quanto à alocação e diversificação de ativos. Essa segurança se baseia na suposição de que, em tempos de crise, os preços dos títulos do governo aumentam quando as ações caem. Se este não for mais o caso, talvez seja preciso repensar a estratégia de alocação de ativos. Investimentos alternativos, como contratos futuros e a termo, hedge funds, imóveis, commodities, metais preciosos e ativos protegidos contra a inflação estão cada vez mais presentes em portfólios bem equilibrados.